quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

1ª ATIVIDADE
1. Pesquise sobre cada um dos teóricos dos Estudos Culturais abaixo, e dê suas  respectivas contribuições para esta disciplina.
a. Raymond Williams
_ Em seu livro Culture and Society  publicado em 1958 Williams explora a noção de cultura desenvolvida no Ocidente do século XVIII ao século XX especialmente na Grã-Bretanha. Williams mostra como  a cultura se estruturou como uma reação  às transformações  do estilo de vida decorrente da revolução industrial. A cultura seria uma contraposição à sociedade, o lugar do espiritual em oposição a materialidade da vida, o da criatividade em oposição ao mecanicismo da sociedade industrial, da grande arte em oposição a percepção da vida cotidiana, o de uma minoria iluminada em oposição às pessoas comuns. Para Williams, é necessário restaurar a cultura como produto social, como a produção material de um sistema de significação através dos quais uma ordem social se comunica, se reproduz, é vivida como experiência, e explorada como possibilidades e limites. A criatividade não está restrita à grande arte e se manifesta em várias áreas. A cultura não é apenas a realização de uma minoria, mas pertence a todos.

b. Edward P. Thompson
_ Edward P. Thompson (1924-1993), Historiador e  instrutor da Workers’ Educational Association –WEA. A publicação de The Making of the English Working Class (1963), um livro que mostra a formação da consciência da classe trabalhadora e traça um perfil dos movimentos sociais que delineiam a história social da luta de classes na Inglaterra, voltados para os derrotados e marginalizados. Essa conduta mostra um alinhamento político com as minorias, com os menos favorecidos.
                       
c. Richard Hoggart
_ Richard Hoggart  com sua obra The Uses of Literacy (1957)  amplia o conceito de cultura de Leavis. Ele defende a ideia de que a cultura supera os grandes eventos e realizações da arte e da literatura, estruturando-se num modo de vida, numa visão completa do que é cultura. Hoggart foca nas tradições culturais associadas à classe trabalhadora urbana do norte da Inglaterra, e relata os fatores que caracterizam uma cultura de massas cujo impacto recai sobre a teia de relações desses estratos culturais. Esse autor foi o fundador do Center for Contemporary Cultural Studies e direcionou seu estudo “na imprensa popular, no cinema e na vida cotidiana,” criando uma relação onde a inclusão de diversos assuntos centrados na crítica sobre cultura, valores da classe operária em contraposição a veículos de comunicação de massa.
d. Stuart Hall
_Stuart Hall foi um teórico cultural jamaicano que atuou no Reino Unido. Ele contribuiu com obras chave para os estudos da cultura e dos meios de comunicação, assim como para o debate político. Na perspectiva dos Estudos Culturais, Hall afirma que as sociedades capitalistas são lugares da desigualdade no que se  refere a etnia, sexo,  gerações e classes, sendo a cultura o locus central em que são estabelecidas e contestadas tais distinções, e é na esfera cultural que se dá a luta pela significação, onde grupos subordinados procuram fazer frente à imposição de significados que sustentam os interesses dos grupos mais poderosos.           .
 _Uma de suas obras mais importantes, A identidade cultural na Pós-modernidade, Hall apresenta o panorama das velhas identidades, estratificadas, estabilizadas que entram em declínio e mostra que novas  identidades surgem, deixando o individuo moderno fragmentado. Este livro explora questões sobre a identidade cultural na modernidade tardia e e faz uma avaliação sobre a possível crise de identidade, em que esta identidade consiste e para onde caminha.

e. Frank Raymond Leavis
_ Frank Raymond Leavis (1895-1978). Segundo este crítico britânico, “o conjunto das obras que formam a grande tradição da literatura de um país é o acervo que preserva os grandes valores da humanidade.” Mas não apenas isso, no contexto do aprendizado do que é literatura e do que isso representa numa esfera universal se traduz na transmissão de valores tradicionais e culturais de um povo, de uma nação. Em sua obra, Leavis fala das transformações políticas e sociais, da relação de oposição entre classes sociais, da inclusão de estratos sociais marginalizados no processo da educação restrito a poucos e na luta pela expansão e proliferação dos meios de comunicação de massa associados à literatura.  Sua maior contribuição foi mudar a visão de uma literatura presa à crítica de “senso e sensibilidade” de alguns críticos refratários à ideia de olhar a literatura de forma internalizada. É exatamente essa forma intimista de ler literatura, denominada de “Close Reading” que Leavis definiu como um modo de “ler as obras do ponto de vista interno, com toda a atenção voltada para as palavras na página.”

2. Quais os livros fundadores dos Estudos Culturais? Explique a importância de cada um deles para a criação dessa nova disciplina.
_ The Uses of Literacy (1957); The Making of English Working Class (1963) Culture and Society (1958).  Richard Hoggart  com sua obra The Uses of Literacy (1957)  amplia o conceito de cultura de Leavis. Ele defende a ideia de que a cultura supera os grandes eventos e realizações da arte e da literatura, estruturando-se num modo de vida, numa visão completa do que é cultura. Já Edward P. Thompson em seu livro The Making of the English  narra a formação da consciência da classe trabalhadora através de inúmeros movimentos sociais que dão o contorno da história social inglesa do ponto de vista sistematicamente negligenciado pela história oficial: o dos derrotados, os que são sempre deixados de lado.

Em seu livro Culture and Society  publicado em 1958  Raymond Williams explora a noção de cultura desenvolvida no Ocidente do século XVIII ao século XX especialmente na Grã-Bretanha. Ele mostra como os discursos sobre a cultura foram se constituindo como forma de reação  às mudanças do modo de vida determinadas pela revolução industrial. A cultura seria o polo oposto da sociedade, o lugar do espiritual em oposição a materialidade da vida, o da criatividade em oposição ao mecanicismo da sociedade industrial, da grande arte em oposição a percepção da vida cotidiana, o de uma minoria iluminada em oposição às pessoas comuns. 

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