1ª ATIVIDADE
1. Pesquise sobre cada um dos teóricos
dos Estudos Culturais abaixo, e dê suas respectivas
contribuições para esta disciplina.
a. Raymond Williams
_ Em seu livro Culture and Society publicado em 1958 Williams explora a noção de
cultura desenvolvida no Ocidente do século XVIII ao século XX especialmente na
Grã-Bretanha. Williams mostra como a
cultura se estruturou como uma reação às
transformações do estilo de vida
decorrente da revolução industrial. A cultura seria uma contraposição à
sociedade, o lugar do espiritual em oposição a materialidade da vida, o da
criatividade em oposição ao mecanicismo da sociedade industrial, da grande arte
em oposição a percepção da vida cotidiana, o de uma minoria iluminada em
oposição às pessoas comuns. Para Williams, é necessário restaurar a cultura
como produto social, como a produção material de um sistema de significação
através dos quais uma ordem social se comunica, se reproduz, é vivida como
experiência, e explorada como possibilidades e limites. A criatividade não está
restrita à grande arte e se manifesta em várias áreas. A cultura não é apenas a
realização de uma minoria, mas pertence a todos.
b.
Edward P. Thompson
_ Edward P. Thompson (1924-1993), Historiador e instrutor da Workers’ Educational Association –WEA. A
publicação de The Making of the English Working Class (1963), um livro
que mostra a formação da consciência da classe trabalhadora e traça um perfil
dos movimentos sociais que delineiam a história social da luta de classes na
Inglaterra, voltados para os derrotados e marginalizados. Essa conduta mostra
um alinhamento político com as minorias, com os menos favorecidos.
c. Richard Hoggart
_ Richard
Hoggart com sua obra The Uses of Literacy (1957) amplia o conceito de cultura de Leavis. Ele
defende a ideia de que a cultura supera os grandes eventos e realizações da
arte e da literatura, estruturando-se num modo de vida, numa visão completa do
que é cultura. Hoggart foca nas tradições culturais associadas à classe
trabalhadora urbana do norte da Inglaterra, e relata os fatores que
caracterizam uma cultura de massas cujo impacto recai sobre a teia de relações
desses estratos culturais. Esse autor foi o fundador do Center for Contemporary Cultural Studies e direcionou seu estudo “na
imprensa popular, no cinema e na vida cotidiana,” criando uma relação onde a
inclusão de diversos assuntos centrados na crítica sobre cultura, valores da
classe operária em contraposição a veículos de comunicação de massa.
d. Stuart Hall
_Stuart Hall foi um teórico cultural jamaicano
que atuou no Reino Unido. Ele contribuiu com obras chave para os estudos da
cultura e dos meios de comunicação, assim como para o debate político. Na
perspectiva dos Estudos Culturais, Hall afirma que as sociedades capitalistas
são lugares da desigualdade no que se
refere a etnia, sexo, gerações e
classes, sendo a cultura o locus
central em que são estabelecidas e contestadas tais distinções, e é na esfera
cultural que se dá a luta pela significação, onde grupos subordinados procuram
fazer frente à imposição de significados que sustentam os interesses dos grupos
mais poderosos. .
_Uma de suas obras mais importantes, A identidade cultural na Pós-modernidade, Hall
apresenta o panorama das velhas identidades, estratificadas, estabilizadas que
entram em declínio e mostra que novas
identidades surgem, deixando o individuo moderno fragmentado. Este livro
explora questões sobre a identidade cultural na modernidade tardia e e faz uma
avaliação sobre a possível crise de identidade, em que esta identidade consiste
e para onde caminha.
e.
Frank Raymond Leavis
_ Frank
Raymond Leavis
(1895-1978). Segundo este
crítico britânico, “o conjunto das obras que formam a grande tradição da
literatura de um país é o acervo que preserva os grandes valores da
humanidade.” Mas não apenas isso, no contexto do aprendizado do que é
literatura e do que isso representa numa esfera universal se traduz na
transmissão de valores tradicionais e culturais de um povo, de uma nação. Em
sua obra, Leavis fala das transformações políticas e sociais, da relação de
oposição entre classes sociais, da inclusão de estratos sociais marginalizados
no processo da educação restrito a poucos e na luta pela expansão e
proliferação dos meios de comunicação de massa associados à literatura. Sua maior contribuição foi
mudar a visão de uma literatura presa à crítica de “senso e sensibilidade” de
alguns críticos refratários à ideia de olhar a literatura de forma
internalizada. É exatamente essa forma intimista de ler literatura, denominada
de “Close Reading” que Leavis definiu como um modo de “ler as obras do ponto de
vista interno, com toda a atenção voltada para as palavras na página.”
2. Quais os livros fundadores dos
Estudos Culturais? Explique a importância de cada um deles para a criação dessa
nova disciplina.
_ The Uses of Literacy (1957); The Making of English
Working Class (1963) Culture and Society
(1958). Richard Hoggart com sua obra The Uses of Literacy (1957)
amplia o conceito de cultura de Leavis. Ele defende a ideia de que a
cultura supera os grandes eventos e realizações da arte e da literatura,
estruturando-se num modo de vida, numa visão completa do que é cultura. Já
Edward P. Thompson em seu livro The
Making of the English narra a
formação da consciência da classe trabalhadora através de inúmeros movimentos
sociais que dão o contorno da história social inglesa do ponto de vista
sistematicamente negligenciado pela história oficial: o dos derrotados, os que
são sempre deixados de lado.
Em
seu livro Culture and Society publicado em 1958 Raymond Williams explora a noção de cultura
desenvolvida no Ocidente do século XVIII ao século XX especialmente na
Grã-Bretanha. Ele mostra como os discursos sobre a
cultura foram se constituindo como forma de reação às mudanças do modo de vida determinadas pela
revolução industrial. A cultura seria o polo oposto da sociedade, o lugar do
espiritual em oposição a materialidade da vida, o da criatividade em oposição
ao mecanicismo da sociedade industrial, da grande arte em oposição a percepção
da vida cotidiana, o de uma minoria iluminada em oposição às pessoas comuns.