FRANKESTEIN
DE MARY SHELLEY.
Escrito no século XVIII, pela então
adolescente Mary Shelley, Frankestein é um dos grandes representantes da novela
gótica, muito popular naquela época. Nela, o cientista, Victor Frankestein,
junta partes de cadáveres, para criar e dar vida a uma criatura. Seria ele
louco? Talvez... Mas sua personalidade complexa representa a oposição entre os
avanços da ciência e a religião, esta refratária de uma verdade absoluta.
Victor personifica a maior de todas
as aspirações do ser humano – tornar-se Deus. Alucinado na sua lucidez,
obcecado na sua obsessão, este personagem já clássico se tornou o símbolo da
falta de ética e do bom-senso,
requisitos fundamentais no campo da ciência. É natural que muitos leitores
acreditem que Frankestein é o nome da criatura, mas como se sabe é o nome do
cientista que a criou. A história é belíssima, com o prólogo e o epílogo
passados no ártico.
Talvez o que salte aos olhos, quando
analisamos a personalidade de Victor Frankestein, seja o
seu desejo irrefreável de frear a morte, como se fosse possível fugir da
certeza de que todo ser vivo nasce, cresce, se reproduz e invariavelmente,
morre. Essa negação de que a vida caminha para a morte, é própria do ser
humano, que já nasce cheio de medos. A personagem é puramente humana, mas
aquilo que almeja é impossível, pois foge ao entendimento humano.